Tuesday, October 5, 2010

QUANDO A VERDADE APARECE

22 de setembro.
Closure
Oito anos, cinco meses e muitos dias. Sua ausência nunca me fez mal. É fácil seguir em frente quando se vê a máscara cair. Qualquer qualidade que você tivesse não fazia valer a pena a convivência. A traição de confiança aniquila qualquer tipo de relacionamento, especialmente o que tivemos.
Nesta quase uma década de distância, muitas foram as vezes em que contei rindo o que você teve coragem de fazer comigo. Ria porque soava muito absurdo. Foi tão indigno, tão desleal, tão patético.
Poucas foram as vezes em que falei seu nome desde que tirei aquela aliança do dedo. Desde então, você foi o imbecil. - O imbecil que achava que podia ter duas noivas, que se achava muito esperto, que queria passar a perna nos idiotas que te estendiam a mão... poderia ser sua mulher, seu colega de trabalho, seu amigo de infância... Qual o problema? O importante era você, seu umbigo.

Não posso apagar os quase três anos que perdi ao seu lado... e para dizer a verdade, aprendi muito. Aprendi a não dar segundas chances, a observar como as pessoas se tratam, a desapreciar flores e a não misturar amor e dinheiro. Meu nome? É meu. Não o associo a dívidas de mais ninguém. Poderia ter me custado caro limpar a sujeira que você deixou. Foi Deus que botou um advogado no banco e limpou meu crédito sem maiores prejuízos.
Será que você aproveitou bastante as coisas que eu ajudei (e muito) a pagar para o ex-futuro lar? Ou ficou de lembrança para a família do seu ex-melhor amigo? Sinceramente? A resposta nem me interessa.

No começo, eu visualizava meu Oxford Advanced Learners indo parar na sua cara num arremesso fantástico... depois eu simplesmente não tinha mais tempo para desperdiçar. Deus foi tão bom que colocou pessoas incríveis na minha trilha e todo o vazio que você deixou não só foi preenchido, como eu precisei expandir quem eu era para agregar tudo de bom que o mundo me trouxe.
São inúmeras as bençãos que a sua saída do meu caminho me proporcionou e eu não preciso fazer uma lista para exemplificar nada. Você nem vai ler o que estou escrevendo, é só para purificar meu coração.

Não sei se devo ter vergonha do sabor de satisfação que senti quando soube. Game over para você. E eu não precisei mexer em uma palha esses anos todos para te fazer sofrer. Eu sempre soube que a vida saberia o que fazer contigo. Nunca senti curiosidade sobre seus passos e, ironicamente, por menos que eu me importasse, de alguma maneira eu ficava sabendo de algumas coisas.

Você realmente achou que poderia continuar passando a perna nas pessoas? Que trair suas mulheres não teria consequências? E que começar a surrar os outros seria considerado normal? Ainda bem que não fui eu. Sou muito menor que ela, bem mais fraca, com certeza. O urso que havia em você venceu, né? Imbecil.

Não vou dizer vá com Deus. Não sei se Ele recebe almas como a sua.
Para mim sobra a certeza de que poderei andar nas ruas sem correr o risco de te encontrar. Foi muita sorte nunca mais ter cruzado sua estrada desde 2002. Eu teria feito de conta que não o conhecia. Pior, que você não estava ali. E agora não está mesmo.
Eu sigo em frente, certa do que quero para o meu futuro, com bases sólidas, com paz de espírito e apaixonada por aquilo que eu sei dar valor: minha vida e as pessoas que amo. Você, há anos, não é uma delas.

Elan.
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PS: Este texto foi o sentimento que saiu pelos dedos, de uma amiga muito querida e que tenho um orgulho enorme pelo poder de superação, pela garra, inteligência, pela batalha, pois ela é uma pessoa que como eu, ainda que seja algo quase instinto nos dias de hoje, preserva os valores e os princípios da família e as leis de Deus.

Essa amiga de quem falo, na virada do ano de 2000/2001 facara noiva. A vida é inexplicável e o destino fez com que nos encontrassemos em 2001, pois até então eu não a conhecia. Pela TV eu cantava e divulgava as datas de apresentações, atraída pela minha música e sempre acompanhada do noivo, ia à todos os meus shows. Ficamos muito próximos, mas com o tempo não sei porque, ela foi se diastanciando e o contato que permanecera foi somente com aquele que se tornara noivo de outra no natal daquele mesmo ano.
A outra que me refiro, com quem o tal noivo se casou era eu. Quase uma década depois, reencontro minha amiga que seguiu em frente. Mas durante todos esses anos havia da nossa parte uma grande curiosidade em saber o que levou o afastamento da nossa amizade. Sem sabermos, eramos noivas, amavamos e dividiamos o mesmo homem que falecera a pouco, que em vida de forma calculista e perversa se aproveitou e explorou não só à nós duas mas à todos que o considerava e que estiveram presentes quando precisou, sugando tudo que podia à ponto de não restar mais o que tirar.
Moral da história? Por cinco meses esse sujeito sustentou uma vida dupla até que sua farça acabara. Com a descoberta, ela terminou seu noivado com ele e com o tempo superou o sofrimento, liquidou as dividas e os prejuízos que ele deixara como de costume. Quanto a mim ele não agiu diferente e o resultado de todo o mal que me causou, não se pode calcular facilmente no simples ato da matemática. É... precisei passar por tudo que passei e até muitíssimo pior que minha amiga, afinal um casamento de anos e anos, a convivência diária com suas várias faces e armações, pra enfim somente depois de morto poder afirmar que nem eu e nem ninguém o conheceu realmente, pois é impossível exigir verdade de um ser ao qual daquela boca só pronunciava mentira.
Finalmente montamos o jogo que quebrava as nossas cabeças, tentando encontrar peças que pudessem talvez nos ajudar a entender o nosso passado em comum. Um passado em que hoje não queremos nem mesmo mensionar seu nome - imbecil.
Georgia Brown

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